A conservação do solo é um conjunto de princípios e técnicas agrícolas que visa o manejo correto das terras cultiváveis, evitando a erosão em todas suas formas. Seu objetivo é aproveitar ao máximo a terra por unidade de área plantada. Assim, evita-se a degradação física, química e biológica do solo.
Uma propriedade rural tem diferentes tipos de solo e relevo. Distribuir os cultivos de forma correta garante ao agricultor um planejamento de conservação ideal para a manutenção e o bom uso do solo.
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Conservação do solo para evitar erosão
A conservação do solo visa, principalmente, evitar a erosão. Erosão é o processo de desprendimento e arraste acelerado das partículas constituintes do solo. Esse processo é causado pela água e pelo vento, sendo um dos fatores de empobrecimento dos solos.
A erosão ocorre ao longo de milhares de anos e molda as paisagens. Entretanto, a intensidade e a taxa dessa erosão são aceleradas pela atividade humana. O uso e o manejo incorretos da terra expõem o solo ao sol, ao vento e à chuva.
Além desses fatores, o clima tropical e subtropical brasileiro, com chuvas frequentes, causa a erosão hídrica, principal fonte de degradação dos solos. Segundo relatório de 2015 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a degradação é um problema grave que atinge 33% das terras no mundo todo.
A depender da intensidade do processo erosivo, além da degradação do solo, podem ocorrer também outros problemas que levam à baixa produtividade. Portanto, todos os desafios de produção agrícolas podem estar associados, tendo como as principais causas aquelas vinculadas ao uso, manejo e à conservação do solo e suas consequências no processo erosivo.
A ocorrência de erosão pode provocar poluição e assoreamento dos mananciais. Além disso a erosão pode causar prejuízos diretos na produção, devido ao desgaste do solo e ao arraste dos insumos agrícolas.
O uso e manejo inadequados do solo reduzem também a cobertura vegetal e a infiltração da água no solo, fazendo com que ocorra escorrimento superficial e causando a erosão.
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Estratégias de conservação do solo
Não existe uma forma única de conservação do solo, pois cada um tem suas próprias características. Portanto, deve-se conhecer as particularidades da área a ser conservada, da vegetação presente, assim como algumas características da região para saber qual a melhor técnica a aplicar.
Dentre as principais estratégias utilizadas para conservação do solo, podemos considerar as práticas conservacionistas e as vegetativas.
- Práticas conservacionistas: aquelas que, com modificações no sistema de cultivo, além de controlar a erosão, contribuem para manter ou até mesmo aumentar a fertilidade do solo.
- Práticas vegetativas: são aquelas que utilizam a vegetação para a proteção do solo contra os efeitos da erosão.
Dentre essas estratégias, podemos citar:
Plantio Direto
No plantio direto ocorre o mínimo revolvimento do solo. Ocorre também a manutenção de uma cobertura de palhada que ajuda a reduzir impactos das gotas de chuva.
Sistema de Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF)
São sistemas de cultivos que integram a produção de grãos, fibras, madeiras, carnes, leite ou agroenergia em uma mesma área. Além de conservar o solo, esse sistema promove a diversificação de atividades e o bem-estar animal.
Adubação química e orgânica
O uso de adubos químicos e orgânicos aumenta a fertilidade do solo proporcionando melhorias nas suas propriedades químicas, físicas e biológicas.
Rotação de culturas
A Rotação de culturas consiste em alternar, em um mesmo terreno, diferentes culturas numa sequência, de acordo com um plano definido.
Adubação verde
Essa prática é entendida como incorporação ao solo de plantas especificamente cultivadas para esse fim ou outras cortadas ainda verdes para serem enterradas.
Culturas em faixas
É dispor as culturas em faixas de largura variável, para que se alterne, a cada ano, as plantas que oferecem pouca proteção ao solo com outras de crescimento denso.
Além das práticas citadas, é válido observar que muitas outras podem ser consideradas conservacionistas, a exemplo de:
- alternância de capinas;
- cobertura morta;
- reflorestamento;
- irrigação;
- controle de queimadas;
- recomposição de mata ciliar;
- drenagem de várzeas;
- construção de açudes e abastecedouros comunitários;
- manejo e reforma de pastagens;
- planejamento da estrutura da propriedade.
Fontes: Manual Técnico de Boas Práticas de Conservação do Solo e Água, Status of the World’s Soil Resources: Main Report