Devido ao alto poder de germinação, ao vigor e à pureza, as sementes certificadas formam lavouras uniformes e de alto teto produtivo. Essas sementes viabilizam plantas mais robustas capazes de suportar os estresses bióticos e abióticos. Já que um bom rendimento da lavoura começa com cuidados desde o início, é importante sempre utilizar sementes certificadas.
O que são sementes certificadas
Na definição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a certificação de sementes é o processo que objetiva a produção de sementes mediante controle de qualidade em todas as suas etapas, incluindo o conhecimento da origem genética e o controle de gerações.
O uso de sementes certificadas é uma das Boas Práticas Agronômicas e deve ser adotado como um meio de prevenção ao ataque de pragas na fase inicial da lavoura. Isso intensifica o potencial genético da semente e contribui para a preservação da biotecnologia no campo.
Benefícios das sementes certificadas
No âmbito do Manejo de Resistência de Insetos, a utilização de sementes certificadas com biotecnologia de resistência a insetos (culturas Bt) é a primeira e mais importante decisão da safra. Ao usar uma semente Bt certificada, o produtor:
- Protege a lavoura de pragas, doenças e plantas daninhas que são as principais problemas responsáveis por safras menos rentáveis;
- Aumenta o potencial produtivo da lavoura;
- Ganha em qualidade nos grãos;
- Lucra mais.
- Além disso, conhecendo a procedência da semente, o produtor sabe a quem recorrer caso ele precise de apoio técnico.
Sementes certificadas X Sementes piratas
Sementes produzidas sem o processo de certificação são consideradas sementes piratas. Estas são vendidas no mercado informal e normalmente são comercializadas por fornecedores descredenciados e falsificadores.
O uso de sementes piratas pode reduzir a produtividade da lavoura, além de elevar o risco de propagação de pragas. A utilização de sementes ilegais também pode encarecer a produção no campo, pois costuma demandar uma aplicação maior de defensivos agrícolas.
A adoção de sementes piratas põe em risco toda a produção e a sustentabilidade da lavoura. A diferença de investimento entre sementes certificadas e piratas é pequena, mas a diferença de qualidade é enorme. Ou seja, o produtor investe um pouco mais na hora de comprar a semente certificada, mas diminui muito o custo total da produção.
SAIBA MAIS
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Como podemos gerar uma semente certificada?
Para produzir uma semente certificada não basta simplesmente plantá-la, uma vez que uma semente utilizada para o plantio é diferente de uma semente utilizada como grão.
Semente para plantio | Semente para grão |
---|---|
será utilizada na produção agrícola para gerar outra planta | será destinada para a indústria, como matéria prima para produção de alimentos, ração etc |
requer rigorosas condições de produção e certificação | não exige processo de certificação |
exige pureza e uniformidade como produto final | podem ser aproveitadas independentemente do nível de uniformidade |
Para produzir uma semente certificada existem normas e métodos oficiais a serem seguidos:
- Primeiramente, os campos onde são produzidas e colhidas as sementes devem ser registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA);
- Os campos devem possuir excelentes condições de solo e clima;
- Os campos devem ser cultivados com sementes de origem selecionada, com classe superior e maior pureza;
- Após o plantio, são necessários cuidados especiais para o bom desenvolvimento da lavoura;
- Quando colhidas, as sementes são testadas em laboratório e, uma vez aprovadas, são levadas às unidades beneficiamento;
- Depois disso, as sementes são separadas por tamanho, perfeição da circunferência, peso, densidade, idade etc;
- Apenas as sementes que passarem por todos esses critérios chegam ao final do processo e são comercializadas;
- O restante é descartado e vendido como grão comum;
- Por fim, as sementes escolhidas são resfriadas, ensacadas, identificadas e seguem para o armazenamento em temperatura e umidade específicas. Lá ficam por meses, até o plantio da safra seguinte, sendo sempre monitoradas e testadas;
- Nas sementeiras, podem ainda passar pelo Tratamento de Sementes Industrial (TSI), para ficarem ainda mais resistentes no estágio inicial da planta;
- Somente após todos esses processos, a semente chega ao ao agricultor.
“Levando-se em conta que a semente é o principal insumo agrícola, o uso de uma semente de alta qualidade viabiliza maior rentabilidade, tornando o produtor mais competitivo no mercado”
Regulamentação de sementes certificadas
As sementes certificadas estão descritas na Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003 que dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas, regulamentado pelo Decreto nº 5.153, de 23 de julho de 2004.
O sistema de produção de sementes e de mudas é organizado na forma desse regulamento e de normas complementares. Esse sistema tem por finalidade disponibilizar materiais de reprodução e multiplicação vegetal, com garantias de identidade e qualidade, respeitadas as particularidades de cada espécie.
A certificação do processo de produção de sementes e de mudas é executada por certificador ou entidade certificadora. Ocorre mediante o controle de qualidade em todas as etapas da produção, incluindo o conhecimento da origem genética e o controle de gerações. O objetivo é garantir conformidade com o estabelecido no regulamento e em normas complementares.