A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) promoveu na última sexta-feira, 16, um conjunto de palestras voltadas ao Programa Fitossanitário com o objetivo de conscientizar os cotonicultores para o monitoramento e controle de pragas. Entre os temas apresentados a resistência de insetos a inseticidas e cultivos Bt merece atenção redobrada entre os produtores. As áreas de refúgio devem ser conduzidas como toda a lavoura com o uso de pulverizações de inseticidas ou a adoção de outros métodos de controle, mas é importante lembrar que não é recomendável a aplicação de inseticidas formulados à base de Bt dentro do refúgio. Quanto maior o número de aplicações de inseticidas em áreas de refúgio, menor sua efetividade como ferramenta de manejo. “O número de aplicações de inseticidas no refúgio deve ser o mínimo possível e o controle de pragas feito ainda na fase inicial”, explica o doutor em Entomologia e professor da Esalq/USP, Celso Omoto
Novas variedades
O evento da Abapa também apresentou o resultado dos testes com novas cultivares de algodão adaptadas à Bahia. Segundo o pesquisador em Melhoramento Genético de Algodão da Fundação Bahia, Murilo Pedrosa, que acompanhou o desempenho de variedades transgênicas durante as últimas duas safras, a região poderá contar com um algodão não apenas resistente a pragas, mas com uma qualidade de fibra diferenciada. “A produção com as novas variedades pode representar um novo nicho de mercado para a Bahia que, ao oferecer uma fibra mais comprida e resistente, vai agregar valor ao algodão. A fibra dessas novas variedades será destinada à produção de tecidos de melhor qualidade, ou seja, um produto que hoje o Brasil importa e nós passaremos a ter condições de atender a demanda nacional”, diz Pedrosa.