Tire suas dúvidas sobre o manejo de sementes com biotecnologia.
Qual o impacto para a produção se o refúgio não for adotado?
A utilização de uma cultura Bt sem a adoção de táticas que visem retardar a evolução da resistência pode até trazer benefícios no curto prazo, mas tende a gerar indivíduos resistentes no médio/longo prazo. O plantio de refúgio é a principal ferramenta para evitar a evolução de pragas resistentes ao Bt. Essa estratégia é essencial para que o produtor proteja não somente o investimento feito na tecnologia, mas a produtividade de toda a agricultura do País. Também é essencial estar atento a todas as boas práticas mencionadas nesse site.
O que pode acontecer se eu NÃO adotar uma área de refúgio?
A utilização de uma cultura Bt sem a adoção de táticas que visem retardar a evolução da resistência pode até trazer benefícios no curto prazo, mas tende a gerar indivíduos resistentes no médio/longo prazo. Inicialmente, já que a grande maioria dos indivíduos da população de insetos será suscetível à tecnologia, haverá controle efetivo. Entretanto, a pressão de seleção ocasionada pelo uso contínuo da tecnologia faz com que os insetos que são naturalmente resistentes sobrevivam e se tornem maioria na população após algumas gerações, levando à perda de eficácia da tecnologia. Assim, a médio/longo prazo, o agricultor não poderá mais lançar mão de uma tecnologia que tanto tem beneficiado a agricultura brasileira.
Como se informar sobre as boas práticas agronômicas em culturas Bt?
Agora você conta com um espaço online para saber a melhor forma de utilizar a tecnologia Bt e preservar sua eficácia. O site Boas Práticas Agronômicas oferece informações técnicas e uma seção de Perguntas e Respostas para você tirar suas dúvidas. Além do site, o programas Boas Práticas Agronômicas tem um canal no YouTube e também realiza ações presenciais como palestras técnicas e interativas e o Jogo Boas. Inclusive, se você quiser que o Boas vá até sua cidade converse com a cooperativa ou associação de produtores da sua região. Queremos que o nosso diálogo com você seja o mais próximo possível.
Como se capacitar para as melhores práticas agronômicas relacionadas à tecnologia Bt?
Neste site você encontra diversas informações sobre o manejo correto das tecnologias Bt. Se você ainda tiver alguma dúvida não hesite em usar nossa área de Perguntas e Respostas. Lembrando que a proteção da biotecnologia no campo deve ser um esforço de todos, as empresas detentoras das tecnologias, por meio de seus funcionários e por campanhas educacionais, têm disseminado informações sobre o uso correto dos seus produtos.
A adoção da área de refúgio muda de uma região para outra?
As recomendações feitas para cada tecnologia levam em consideração a porcentagem mínima de refúgio necessária para a preservação da tecnologia em todo o território nacional. Algumas regiões específicas, dadas suas particularidades de sistema de produção, podem sim adotar estratégias ainda mais conservadoras.
Há diferença na adoção do refúgio dependendo da cultura que está sendo cultivada?
Existem diferenças não somente entre as culturas, mas também dentro de cada cultura, dependendo da tecnologia Bt nela inserida, pois cada proteína Bt possui determinada atividade contra uma praga-alvo. O programa Boas Práticas Agronômicas em Culturas Bt recomenda que 10% da área da lavoura de milho seja utilizada para refúgio. Esse índice muda para 20% das áreas de soja e algodão. Como você pode verificar, a eficácia de cada tecnologia pode variar, assim como as recomendações de MRI. O que não muda para nenhuma tecnologia e cultura é a necessidade de implementação das áreas de refúgio.
Qual a maneira correta do produtor adotar a área de refúgio?
Na hora de fazer o refúgio, é preciso levar em conta esses 4 fatores:
1-O tamanho do refúgio deve ser representado por uma porcentagem da área total plantada em uma propriedade rural. O percentual dessa área é de 20% para a soja, cana-de-açúcar e algodão e, 10% para o milho.
2- É recomendável que o refúgio seja plantado com uma variedade de ciclo vegetativo similar, o mais próximo possível, e ao mesmo tempo que a cultura Bt;
3- O refúgio deve ser formado por um bloco não-Bt que se encontre a menos de 800 metros da cultura Bt, portanto, a distância máxima entre qualquer planta do campo e uma planta da área de refúgio deve ser de 800 metros; Essa distância foi estabelecida a partir de estudos e pesquisas realizadas por instituições brasileiras de pesquisa públicas e privadas. Para estabelecer esse raio de plantio foi levado em conta as condições climáticas do Brasil, a biologia do inseto e o seu alcance de voo. Ou seja, todas as recomendações são baseadas em ciência.
4- O refúgio deve ser plantado na mesma propriedade do cultivo da cultura Bt e manejado pelo mesmo agricultor.
Nesse site, dentro da seção Boas Práticas, você encontrará informações mais detalhadas sobre a adoção do refúgio. Confira!
Quais os impactos negativos da NÃO adoção de áreas de refúgio?
A não utilização das áreas de refúgio pode resultar na seleção de populações resistentes e, consequentemente, perda de eficácia da tecnologia. Na ausência de refúgio, é esperado que, após algumas gerações da praga, haja o aumento na frequência de indivíduos resistentes e a consequente perda da tecnologia. É preciso levar em conta as consequências a médio e longo prazos, induzindo a perda da tecnologia Bt e diminuindo as alternativas viáveis para a redução de pulverizações e o custo de produção. Apesar do processo de seleção de populações resistentes ocorrer dentro de cada propriedade, os prejuízos são observados no âmbito regional, afetando também as propriedades que possam ter implementado o refúgio de acordo com o recomendado.
Quais os principais fatores que estimulam a resistência dos insetos?
Diversos fatores contribuem para isso, como o clima tropical do Brasil, que favorece a proliferação de insetos; a agricultura intensiva, com plantio durante todo o ano; o processo natural de adaptação biológica; e o uso indiscriminado das tecnologias para controle de pragas, sem aplicação correta de áreas de refúgio e manejo agronômico adequado. Por isso é tão importante o produtor estar atento às melhores práticas e por isso estamos aqui para ajudá-lo a vencer o desafio de conter a evolução da resistência.
Afinal, para que serve o refúgio?
Ao utilizar uma área de refúgio o produtor consegue prevenir ou retardar o estabelecimento de populações de pragas resistentes. A variabilidade genética existente em todas as espécies possibilita que populações de insetos-praga que estejam sob pressão respondam a um determinado fator de seleção, independentemente de esse fator ser uma cultura Bt. A utilização de uma cultura Bt sem a adoção de táticas que visem retardar a evolução da resistência pode até trazer benefícios no curto prazo, mas tende a gerar indivíduos resistentes no médio/longo prazo. Inicialmente, já que a grande maioria da população de insetos será suscetível à tecnologia, haverá controle efetivo. Entretanto, a pressão de seleção ocasionada pelo uso contínuo da tecnologia faz com que os indivíduos que são naturalmente resistentes sobrevivam e se tornem maioria na população após algumas gerações, levando à perda de eficácia da tecnologia. Deste modo, o uso de culturas Bt deve estar sempre associado ao plantio de áreas de refúgio que, em conjunto com outras práticas, atuam preventivamente retardando o processo de evolução da resistência em populações de insetos-praga.
Quem precisa adotar o refúgio?
Todo produtor que utilizar a tecnologia Bt deve adotar áreas de refúgio, visto que a manutenção da eficácia das tecnologias em cada região será consequência do manejo de cada propriedade.
O que são as boas práticas agronômicas?
Elas são o conjunto de técnicas de manejo que ajuda o agricultor a fazer um uso sustentável da tecnologia e é composto por: dessecação antecipada, uso de semente certificada, tratamento de sementes, adoção de áreas de refúgio, controle de plantas daninhas e voluntárias e monitoramento de pragas. Neste site você encontrará muitas informações sobre cada uma delas.
Por que a dessecação antecipada é importante?
Realizada no momento certo, a dessecação 30 dias antes do plantio propicia maior eficiência do uso de inseticida na segunda dessecação (logo antes da semeadura). Isso porque: a cobertura verde diminui sua intensidade com a primeira dessecação (eliminação do efeito guarda-chuva para inseticida); facilita o corte da palhada pela plantadeira; disponibiliza palhada seca no período de germinação da cultura (ajudando na proteção da umidade do solo), evita que componentes da cultura do plantio anterior possam interferir na atual e facilita o controle de plantas daninhas.
A semente certificada é realmente mais vantajosa?
Claro que sim! Elas têm a origem controlada, permitindo ao produtor ter segurança sobre a cultivar adquirida e seus benefícios uma vez que, dependendo do seu desenvolvimento e manuseio, a semente pode deixar de expressar todas as suas potencialidades, acarretando em perdas de rendimento. Em contrapartida, o uso de sementes piratas pode reduzir a produtividade da lavoura, além de elevar o risco de propagação de pragas e insetos. A utilização de sementes ilegais também pode encarecer a produção no campo, pois costuma demandar uma aplicação maior de defensivos químicos.
O que é e para que serve o tratamento de sementes?
O tratamento de sementes consiste na aplicação de ingredientes químicos e/ou organismos biológicos nas sementes, de forma a suprimir, controlar ou afastar patógenos, insetos ou outras pragas. Considerando o Manejo de Resistência de Insetos (MRI), o tratamento de sementes auxilia no estabelecimento de plantas nas áreas de refúgio e serve como diferente modo de ação em áreas Bt na fase inicial de desenvolvimento da lavoura.
O que fazer para evitar as plantas daninhas?
1- Não deixar áreas em pousio;
2- Começar a cultura no limpo;
3- Utilizar a dose e o momento corretos de aplicação dos produtos no seu sistema de manejo;
4- Usar o manejo pós-colheita;
5- Monitorar os resultados da estratégia de manejo implementada;
6- Evitar a dispersão de sementes pelos implementos agrícolas.
Neste site você encontra uma seção que fala sobre o controle das daninhas e lá poderá ter informações mais detalhadas.
Qual a importância do monitoramento de pragas?
O monitoramento de pragas na lavoura é fundamental na tomada de decisão. Essa prática determina a situação das pragas na cultura, avalia os danos e prejuízos que podem estar ocorrendo e define o momento da aplicação de inseticida. É por meio do monitoramento que é possível estabelecer os níveis de dano e níveis de controle das pragas. Ou seja, antes a população de pragas atingir um número de indivíduos que possam causar danos à lavoura, é o momento de utilizar as ferramentas de controle. Através do monitoramento também é possível entender qual ou quais pragas estão ocorrendo na área, definir o nível de controle e monitorar quais os inimigos naturais dessas pragas estão presentes. Com essas informações a tomada de decisão se tornar mais assertiva.
O que é a resistência de insetos?
A variabilidade genética existente em todas as espécies possibilita que populações de insetos que estejam sob pressão respondam a um determinado fator de seleção, independentemente desse fator ser uma cultura Bt. A utilização de variedades Bt sem a adoção de práticas que visem retardar a evolução da resistência tende a selecionar indivíduos resistentes no médio/longo prazos. A seleção natural por um inseticida - no caso a planta Bt que possui essa ação - permite que alguns insetos inicialmente muito raros, de ocorrência natural e pré-adaptados com genes de resistência sobrevivam e passem a característica de resistência para seus descendentes. Inicialmente, já que a maioria da população de insetos é suscetível, há controle efetivo. Entretanto, a pressão de seleção pelo uso contínuo da tecnologia faz com que indivíduos naturalmente resistentes sobrevivam e se tornem maioria na população. O uso de culturas Bt deve estar sempre associado ao plantio de áreas de refúgio que, em conjunto com outras práticas, atuam preventivamente retardando a resistência em populações de insetos.
Qual o risco de adotar o refúgio de maneira incorreta?
A adoção do refúgio de forma incorreta resulta em prejuízos equivalentes a não adoção. Caso a área esteja a mais de 800 metros ou abaixo do percentual recomendado para cada cultura Bt, é menos provável que os insetos resistentes das lavouras Bt encontrem os suscetíveis para acasalamento. Além disso, o excesso de pulverizações no refúgio elimina a população de insetos, impedindo a geração de indivíduos suscetíveis. A seleção de pragas resistentes às toxinas Bt pode ser rápida. Caso não adote o refúgio como ferramenta de manejo de resistência a insetos (MRI),poderá ocorrer a perda da tecnologia Bt, e o não controle das pragas-alvo.
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