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Dessecação pré-plantio: prática ajuda a evitar plantas daninhas e pragas

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A dessecação pré-plantio, ou dessecação antecipada, é uma prática utilizada para eliminar toda a vegetação existente em uma área antes da semeadura de uma determinada cultura. Isso inclui plantas daninhas e restos de culturas antecessoras.

Essas plantas prejudicam a lavoura competindo por água, luz e nutrientes do solo durante todo o ciclo da cultura. Além disso, podem hospedar pragas que sobrevivem no período da entressafra (fase de pousio).

O manejo adequado de plantas daninhas é indispensável para uma cultura economicamente viável, como a soja, o milho e o algodão.”

Pedro Jacob Christoffoleti, engenheiro agrônomo e doutor em Ciência de Plantas Daninhas.

Dessecação pré-plantio: a importância no manejo de Culturas Bt

A dessecação pré-plantio é um passo fundamental, dentro das Boas Práticas Agronômicas, para garantir melhores rendimentos e também para preservar a tecnologia Bt. Quando realizada no momento certo, além de controlar as plantas daninhas, a dessecação propicia maior eficiência do uso de inseticidas.

Sem esse controle, essas plantas podem se tornar hospedeiras de pragas que atacam as culturas na fase inicial, além de causar problemas de matocompetição.

Muitos insetos-praga que sobrevivem nessas plantas podem ser resistentes às culturas Bt. Isso coloca em risco a lavoura e pode favorecer a perda de eficiência das culturas transgênicas resistentes a insetos (Bt).


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No plantio direto, a pressão inicial dos insetos costuma ser ainda maior. Isso exige atenção redobrada. Muitas vezes é preciso fazer a aplicação de inseticidas antes mesmo do plantio para inibir a presença de lagartas remanescentes.

Como é feita a dessecação pré-plantio

A dessecação pré-plantio é feita por meio da aplicação de um ou mais herbicidas para secar plantas daninhas e restos da cultura antecessora aproximadamente 30 dias antes do plantio. Para isso, podem ser utilizados herbicidas sobre o solo ou sobre as folhas das plantas. Os herbicidas podem ser de ação sistêmica ou de contato.

  • Herbicidas aplicados ao solo: se movem das raízes para as folhas;
  • Herbicidas aplicados às folhas (contato): agem rapidamente sobre o local que foram aplicados e não se movem internamente nas plantas (não translocam);
  • Herbicidas aplicados às folhas (sistêmicos): movimentam-se das folhas para outros locais da planta (translocados via floema).

Alguns cuidados precisam de atenção redobrada no momento da aplicação do herbicida:

Conhecer a vegetação presente na área

Esse é primeiro passo para se fazer uma boa dessecação. Para isso, o produtor deve ir ao campo e fazer um levantamento de quais plantas daninhas estão presentes – gramíneas ou folhas largas. Na sequência, deve-se identificar a espécie dessas plantas para saber qual herbicida fará o melhor controle.

Determinar o tipo de herbicida a ser utilizado

A escolha do defensivo químico a ser aplicado vai depender da(s) espécie(s) presentes na área e do seu estágio de crescimento. Para a recomendação e compra de um produto é necessário um receituário emitido por um engenheiro agrônomo.

Respeitar as boas práticas de aplicação

O aplicador deve ter cuidado durante todo o período de manuseio do produto. Deve-se utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI) desde o preparo da calda até a finalização de todo o processo de aplicação.

Aplicar com umidade relativa do ar superior a 55%

Caso contrário poderá afetar a qualidade da aplicação, bem como reduzir a absorção pela folha (através da cutícula).

Utilizar água limpa

Evita contaminação da área, danos nos equipamentos e reação com o produto a ser aplicado.

Evitar altas temperaturas

Elas podem levar a uma rápida evaporação das gotas do produto.

Evitar aplicação antes da chuva

Não é recomendável fazer a aplicação quando há riscos de chover. Há risco da lavoura ser lavada e o produto perdido.

Evitar vento no momento da aplicação

O vento pode provocar deriva (perda de eficiência de aplicação por meio do deslocamento do produto para um local não alvo). Dessa forma pode ocorrer contaminação de outras áreas ou lavouras vizinhas.

Utilizar equipamentos adequados

A dessecação pré-plantio é extremamente influenciada pela tecnologia de aplicação. Por exemplo, produtos que possuem uma ação de contato exigem uma tecnologia que proporcione boa cobertura e também a utilização de equipamentos (pontas) adequados de pulverização.

Boa parte do sucesso de uma aplicação depende de um bom operador e de um bom equipamento a ser utilizado no processo de dessecação.

 

Escolher o melhor momento

A decisão pela adoção da prática de dessecação pré-plantio vai depender da época de semeadura da cultura a ser implantada. A prática deverá ser realizada aproximadamente 30 dias antes do plantio.

Se necessário, também é recomendável realizar uma segunda dessecação poucos dias antes da semeadura, visando controlar o primeiro fluxo de plantas daninhas após a primeira dessecação.

O estágio de desenvolvimento da planta daninha também deve ser observado ao decidir pela dessecação. Sempre que se fizer uma dessecação com plantas daninhas em estágios de crescimento mais avançados, o herbicida terá menor eficiência.

É necessário que o agricultor avalie o momento adequado para realizar a prática. Algumas espécies de maior dificuldade de controle, a partir de um certo estágio de crescimento, não são mais controladas por herbicidas.

Objetivos da prática

Proteger o solo por meio da formação de cobertura morta (palhada)

A palhada protege o solo da ação das chuvas e, ao mesmo tempo, mantém sua umidade, conferindo as condições ideais para a germinação da semente e estabelecimento da cultura.

Evitar sobrevivência de pragas e doenças

Plantas daninhas e restos da cultura anterior podem servir hospedeiras de pragas e doenças que sobrevivem no período da entressafra (período em que não está se cultivando nada).

  1. Facilitar o plantio
    O campo limpo e uniforme (livre de plantas daninhas e culturas antecessoras) permite melhor corte da palhada pela semeadora e distribuição mais uniforme das sementes.
  2. Permitir melhor desenvolvimento inicial da cultura
    O desenvolvimento da cultura ocorre em condições mais favoráveis, em campo limpo e sem competição por água, luz e nutrientes;
  3. Facilitar o manejo de plantas daninhas durante o ciclo da cultura
  4. Aumentar a produtividade

Dessecação pré-plantio para evitar perdas de produtividade

Plantas daninhas são potenciais hospedeiras de pragas, que podem causar perdas que chegam a 40% da produção, gerando enorme prejuízo ao agricultor. Além disso, competem com a cultura por água, luz, espaço e nutrientes do solo.

Nos estágios iniciais do desenvolvimento da cultura, essa competição pode causar perdas ou até mesmo inviabilizar o plantio.


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Essas plantas daninhas são agressivas à lavoura. Elas têm rápida germinação, grande capacidade de absorver água e nutrientes do solo, sistema radicular abundante e rápida disseminação. Por isso acabam competindo com as espécies cultivadas.

Também podem liberar toxinas prejudiciais ao desenvolvimento da cultura, além de reduzirem a qualidade dos grãos, provocarem maturação desuniforme e dificultarem a colheita.

Dessecação com aplicações sequenciais de herbicidas

Nas áreas onde já se tem uma cultura implantada, por exemplo, é mais fácil de se fazer a dessecação pré-plantio. Isso porque o manejo já vem sendo feito com herbicidas no decorrer do cultivo. A prática ajuda na adoção da prática, pois as plantas daninhas estarão com um porte menor onde o herbicida usado fará um melhor controle.

Em áreas de pastagens ou pousio que antecedem a implantação da cultura, a adoção da prática é dificultada, pois nestas áreas normalmente há maior número de plantas com porte elevado. Nesse caso o controle deve ser feito em aplicações sequenciais (várias aplicações antes do plantio) para se ter um melhor resultado.

Normalmente, esse tipo de manejo é indicado para infestações elevadas, de plantas bem desenvolvidas ou de difícil controle. Nesse método, a primeira aplicação possibilita eliminar a cobertura proporcionada pelas plantas de maior estatura.

Porém, de maneira geral não possibilita o controle daquela vegetação mais rasteira, protegida pela vegetação mais alta. Para o controle dessa vegetação ou mesmo de plantas oriundas de um novo fluxo de emergência, é realizada uma segunda aplicação antes do plantio.

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