A tecnologia Bt (Bacillus thuringienses) faz parte da rotina de muitos produtores rurais brasileiros, pois sua eficiência no controle de pragas vem sendo comprovada desde meados dos anos 1990 nos Estados Unidos. Para se ter uma ideia, em 2019, 79% do algodão cultivado no Brasil empregou sementes Bt, e o mesmo aconteceu para 74% da soja e 90% do milho.
A tecnologia é considerada por pesquisadores e usuários uma ferramenta que oferece economia no uso de inseticidas, auxilia na produtividade e favorece a preservação do meio ambiente nas propriedades rurais. A comercialização do milho Bt no Brasil foi aprovada em 2007 pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). E a soja Bt teve sua primeira adoção por aqui em 2013.
A veterinária Patricia Costa Beber, 28 anos, faz parte da terceira geração da família Costa Beber, que atua no agronegócio do Rio Grande do Sul, no município de Palmeira das Missões. Além de produzirem sementes, a família também possui produção de milho e soja. E, segundo nos conta a jovem agricultora, começaram a usar o Bt nas suas plantações de milho e de soja desde que foram disponibilizadas no mercado. Nessa entrevista, Patricia fala sobre sua experiência com a tecnologia Bt.
Foto Arquivo Pessoal
Quando você conheceu a tecnologia Bt?
Nós somos uma família tradicional do agronegócio, eu sou a terceira geração da família trabalhando dentro da empresa nas áreas próprias. A gente conheceu a tecnologia Bt desde que ela veio para o campo. Nós somos produtores tanto de milho quanto de soja, então quando ela foi disponibilizada já tomamos conhecimento e passamos a aproveitar os benefícios. A gente também é produtor de sementes, então assim que ela surgiu, pudemos repassar na forma de sementes.
Quando e por que começou a utilizar o milho Bt/soja Bt?
A gente começou a utilizar o milho Bt há muito tempo, eu não sei exatamente quando porque eu comecei a trabalhar há cinco anos. Mas a soja, assim que ela veio pro mercado, desde o princípio usamos a soja Bt. A primeira cultura que a gente usou foi o milho, e depois a soja.
E quais os principais resultados obtidos?
Os primeiros resultados foram em economia. No milho, diretamente em produtividade em função à lagarta do cartucho. E na soja, no início não tivemos resposta em produtividade, mas tivemos muita resposta em economia, porque conseguimos usar menos inseticida na soja. Em produtividade, tivemos que fazer ajustes na tecnologia, justamente para conseguir dizer que a tecnologia Bt na soja produzia mais, mas em questão de economia a gente conseguia perceber e hoje ainda consegue ver a economia nessa cultura, é muito forte até hoje.
Quais são as principais dificuldades que você encontra no uso do Bt no milho e na soja?
Não posso relatar nenhuma dificuldade no uso da tecnologia Bt. A gente hoje tem acesso fácil a essa tecnologia, praticamente todos os materiais têm essa tecnologia dentro da genética que a gente usa. Não posso dizer que a gente tenha alguma dificuldade para encontrar esses materiais ou dificuldade técnica.
Com base na sua experiência, você acha que a biotecnologia vai aumentar e será aplicada também em outras culturas?
Pela minha experiência, a biotecnologia vai aumentar sim e vai ser aplicada em outras culturas, é de suma importância essa tecnologia aplicada em outras culturas para diminuir o uso de inseticidas. E a gente aqui usa largamente essa tecnologia, tanto no milho quanto na soja, e percebe os grandes resultados.