As áreas de refúgio podem ser manejadas como o restante da lavoura, com pulverizações de inseticidas ou a adoção de outros métodos de controle, sempre que as populações das pragas atingirem o nível de dano econômico (NDE). A implementação de um programa efetivo de Manejo Integrado de Pragas (MIP) junto com o Manejo de Resistência a Insetos (MRI) é fundamental.
Para realizar corretamente o manejo do refúgio é necessário saber o momento certo de entrar com a pulverização. Por isso, o monitoramento de pragas na lavoura é essencial na tomada de decisão. É a partir do monitoramento que o NDE é identificado.
Essa prática determina a situação das pragas na cultura, avalia os danos e prejuízos que podem estar ocorrendo e define o momento da aplicação de medidas de controle como inseticidas. Assim, o monitoramento constitui-se na base de todo e qualquer programa de manejo integrado, devendo ser uma prática rotineira realizada durante todo o ciclo da cultura.
Monitoramento é a chave do manejo
É preciso monitorar a lavoura rotineiramente, ou seja, a cada semana ou mesmo em intervalos menores dependendo da pressão de pragas, local e cultura, o monitoramento deve ser realizado em zig-zag ou por todo o perímetro do talhão e o número de pontos a serem amostrado deve ser representativo (dependendo do tamanho da área plantada).
O monitoramento de pragas deve ser realizado tanto nas áreas de lavoura Bt, quanto nas áreas de refúgio. Para isso, alguns detalhes precisam ser levados em conta durante essa prática, principalmente o estágio de desenvolvimento das pragas presentes nos cultivos.
Para os cultivos Bt isso é ainda mais importante, pois lagartas que acabaram de nascer e que estão no início do desenvolvimento precisam ainda se alimentar da planta para ter o contato com as proteínas Bt e serem controladas. Sendo assim, lagartas nesses estágios de vida não devem ser considerar no NDE das áreas Bts.
No entanto, quando é realizado o monitoramento nas áreas de refúgio, essas lagartas no início do seu ciclo de vida precisam ser consideradas, uma vez que as proteínas Bts não estão presentes.
Em ambos os casos Bts ou refúgio sempre que atingido o NDE e for necessário realizar mais de uma aplicação de inseticida, o produtor deve alternar os modos de ação respeitando as janelas de aplicação, de maneira a evitar a seleção de insetos resistentes.
Cada tecnologia Bt apresenta um espectro de ação diferente. Assim, as pragas-alvo, como também o nível de controle de cada uma dessas pragas, poderão variar de acordo com a tecnologia utilizada.
Cuidados no uso de inseticidas para manejar o refúgio
Na hora de manejar o refúgio é preciso realizar o mínimo de pulverizações de inseticidas, sempre alternando o modo de ação do produto. A utilização de produtos formulados à base de Bt não deve ser realizada. Quanto maior a aplicação de inseticidas nas áreas de refúgio, menor será a efetividade do refúgio como ferramenta de sustentabilidade da tecnologia Bt.
O manejo para as plantas de milho Bt requer que o uso de inseticidas foliares na área de refúgio deve ser minimizado. A aplicação deve ser considerada quando a porcentagem das plantas danificadas atingir 30% de plantas (com danos maior ou igual 3 de acordo com a escala Davis). O número de pulverizações no refúgio não deve exceder 2 pulverizações e deverão ser realizadas até o estágio V6.
Para as culturas da soja e do algodão, é preciso seguir as recomendações para cada praga da cultura e estádio de desenvolvimento das plantas.
É importante lembrar que caso o NDE coincida na lavoura Bt e nas áreas de refúgio, a pulverização das áreas deve ser realizada ao mesmo tempo, evitando ao máximo intervalos.
Em caso de alta pressão de pragas, a aplicação de inseticidas pode ser necessária tanto na lavoura de Bt quanto na lavoura de refúgio. É recomendável seguir as recomendações empresas fornecedoras de sementes para os limites adequados de pulverização foliar.
Diga SIM para o refúgio! Compromisso com a lavoura e o futuro.