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Chegou a hora do refúgio: o que fazer?

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Por Luna D’Alama

Depois que o produtor rural conclui a dessecação antecipada do campo, cerca de 30 dias antes do plantio, compra sementes Bt (resistentes a insetos) e não Bt certificadas e faz o tratamento delas com produtos químicos e/ou biológicos, chega a hora de plantar o refúgio. Essa área deve ocupar pelo menos 20% do terreno no caso da soja e do algodão e 10% no do milho, para que o agricultor possa se beneficiar da tecnologia a longo prazo.

Antes da semeadura, porém, seja na lavoura Bt ou no refúgio, é importante fazer um monitoramento para avaliar se ainda há massa verde a ser dessecada e observar cuidadosamente a ocorrência de insetos-praga médios e grandes no local, alerta o engenheiro agrônomo e consultor do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) José Magid Waquil. “Medidas de controle antes do plantio devem ser adotadas nesse momento se houver, em média, uma ou mais lagartas (e também percevejos barriga-verde, no caso do milho) por metro quadrado. A presença dessa quantidade de animais pode causar um grande prejuízo à produtividade”, destaca.

Waquil recomenda que o agricultor demarque e semeie primeiro a área de refúgio, por ter um tamanho menor. Também é preciso respeitar sempre o máximo de 800 metros de distância entre a cultura Bt e a não Bt, pois é esse o raio em que as mariposas voam e acasalam. “A localização deve ser estabelecida para garantir o máximo de acasalamentos entre indivíduos das duas áreas. E há muitas sugestões de distribuição espacial [em faixa, bloco, perímetro, pivô central ou em conjunto com outra cultura] do ponto de vista da eficácia biológica”, completa  o engenheiro agrônomo e vice-diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), Durval Dourado Neto.

Além disso, segundo Waquil, as cultivares Bt e não Bt precisam ter ciclos biológicos semelhantes, algo que é necessário observar na hora da compra das sementes. “O controle de plantas daninhas e a adubação do solo também devem ser os mesmos nas duas áreas, para não dessincronizar os ciclos e haver maiores chances de acasalamento entre os insetos resistentes e os suscetíveis”, explica o conselheiro do CIB.

A rigor, as operações agronômicas são as mesmas nas áreas de refúgio e nas com plantas transgênicas inseticidas, exceto no que diz respeito ao controle dos insetos-alvo, acrescenta Dourado Neto. “A logística de toda a operação deve considerar tanto o aspecto espacial quanto temporal do processo”, finaliza.

 

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